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Mostrando postagens de 2015

Nós, geração Y

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Chegamos ao fim de julho e, em apenas 7 meses já aconteceu muito neste ano de 2015! A velocidade com que as coisas ocorrem é sintomática do quanto nosso tempo parece reduzido nessa época de imediatismo em que somos obrigados a exercer tarefas múltiplas, a nos desdobrar. Você já notou como os anúncios de vagas em empresas, hoje, exigem muito mais habilidades de um candidato? E que a pós-graduação é praticamente uma continuação da faculdade, quase um curso complementar? Fazemos parte de uma geração (batizada de "Geração Y") que teve mais oportunidades que a anterior, a de nossos pais. Obviamente, se mais oportunidades nos foram dadas, mais será exigido de nós. Ao mesmo tempo, porque o "multi" fez parte de nosso crescimento - sempre fizemos várias coisas, tivemos várias paixões -, é de se entender que faça parte de nossos trabalhos. Provavelmente, a geração posterior à nossa terá de lidar com ainda mais excessos em todos os âmbitos. (fonte da imagem: Fórmula d

Apelação argumentativa ou desonestidade intelectual?

A preguiça de interpretar ou de se informar não é novidade nas redes sociais. A internet e o excesso de informação editada fazem com que as pessoas tenham preguiça de pensar, de se informar adequadamente, facilitando que descarreguem suas opiniões equivocadas da maneira como bem entendem. Em março, foram publicadas resoluções no Diário Oficial da União que garantem alguns direitos a pessoas transgênero. Essas pessoas passam a ter garantido, dentro das escolas e demais instituições de ensino, o uso do nome social e a possibilidade de frequentar os banheiros de acordo com suas respectivas identidades de gênero. A notícia começou a se espalhar agora por conta de um texto repleto de equívocos publicado na página “ Cabral arrependid o”, que começa da seguinte forma: Parece piada, achei mesmo que fosse piada, mas é real. Dilma lançou uma resolução que permite ao homossexual e aos transgêneros escolherem nas escolas e universidades, qual banheiro querem usar. Sendo assim sua

Caso Verônica e o apelo das presunções (ou "A morte da capacidade argumentativa")

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Presumir:   v.t. Julgar segundo certas probabilidades; considerar como provável; conjeturar. Supor, suspeitar. Ter presunção; vangloriar-se: os que presumem de sábios. Implicar, pressupor. O debate sobre o caso da travesti Verônica Bolina vem assolando a internet nesta semana. Verônica foi presa por suspeita de agredir uma vizinha de 73 anos; ao que parece, no boletim de ocorrência consta uma prisão em flagrante. Verônica ainda não passou por julgamento, portanto não foi considerada culpada pela justiça. O que sabemos é que, como resultado dos prováveis atos de violência cometidos por Verônica, uma senhora encontra-se em estado grave e uma outra travesti, Beatriz, que teria se posicionado para defender a senhora, encontra-se também ferida. Neste ponto, preciso ressaltar que não encontrei nenhuma notícia a respeito do caso que levou Verônica a ser presa. As informações das quais tenho conhecimento adquiri lendo comentários de outras pessoas. A julgar por essas informações, penso

Como estamos?

Testemunhamos uma falta de razão generalizada entre todos, mas principalmente entre os que defendem crenças ou ideologias ditas tradicionais - ou que insistem em reproduzir o senso comum. A falta de percepção crítica passa por um desejo de não ouvir o que o outro tem a dizer, de não considerar a multiplicidade de pensamentos e perspectivas que fazem que haja verdades diferentes para sujeitos diferentes. Nós constantemente nos esquecemos do fato de que cada um fala de um lugar e que isso é determinante do ponto de vista. Não há mais debates, apenas acusações e confrontamentos agressivos de ideias e pseudo-informações jogadas na cara um do outro. Há apenas conflitos nos quais um se empenha tanto em destruir a verdade do outro por meio principalmente de difamações, e como resultado, deixa de perceber o valor da reflexão, da pesquisa, e de se adquirir novos conhecimentos. Notícias, falsas informações, leituras equivocadas aos montes - são as cartas jogadas na mesa em busca de se faze

Leitura dinâmica funciona?

Uma busca no Google sobre "como aumentar a velocidade de leitura" gera um sem número de artigos prometendo ensinar o indivíduo a ler mais rápido e a aproveitar melhor seu tempo ao estudar. Uma matéria em específico prometia um método para aumentar em até 300% a velocidade de leitura! E, bem, ao ler a matéria, percebi que o prometido poderia até ser cumprido, com técnicas que, na verdade, ensinam a passar rapidamente por um texto - não necessariamente compreendendo o que está nele. Tecnicamente, ao não se reter em frases específicas, ao não fazer releituras e ao melhorar a visão periférica, é isso o que vai acontecer: você vai ler, o que não significa que vá entender. Portanto, não vejo a mudança como algo positivo para um estudante ou concurseiro, por exemplo, pois a suposta leitura rápida apenas o permitirá vislumbrar informações, sem apreendê-las. A referida técnica pode ser boa no caso de um texto sobre o qual você já estudou e tem uma dimensão de suas ideias e conceito

Para argumentar melhor

Desenvolver uma boa argumentação não é tarefa fácil. Para embasar um pensamento ou uma ideia é preciso lançar mão de fatos, teses, opiniões, problemas e propostas de solução, tudo bem encadeado de forma racional e lógica. Para começar, é necessário ter uma concepção bem clara do gênero textual que você está prestes a redigir. Gêneros diferentes devem ser escritos com base em regras diferentes; um texto argumentativo, por exemplo, costuma ser breve e requer maior precisão, ao passo que um artigo acadêmico pode ser mais extenso e melhor desenvolvido em termos de detalhamento das explicações. Contudo, há estratégias que devem ser observadas em qualquer texto que envolva a apresentação de um ponto de vista, para que ele seja bem sucedido naquilo que se propõe – convencer o leitor. Tenha um propósito bem definido. Procure definir, antes de começar a desenvolver o texto: 1) Qual a questão a ser respondida? 2) Como eu planejo responde-la? 3) Qual solução posso oferecer? Faça uma lis

Perca ou perda?

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Por incrível que pareça, deparo-me com frequência com artigos acadêmicos em que o indivíduo usa "perca" em vez de "perda", como se "perca" fosse o substantivo. Trata-se de uma forma relativamente simples: PERDA é o substantivo formado a partir do verbo "perder".

Escrita acadêmica vs. escrita criativa

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Quando pensamos na redação acadêmica, com todas suas formalidades, não a associamos com criatividade como fazemos ao considerar narrativas, contos ou poemas. Um artigo científico deve ser objetivo e claro, não havendo muito espaço para inovações em suas páginas. Ainda assim, é possível identificar semelhanças nos processos das escritas acadêmica e criativa relacionados à construção do texto como um todo, e teóricos e pesquisadores podem aprender muito com outros escritores e vice-versa. Independentemente do estilo ou do gênero, é importante que um texto apresente uma boa estrutura, partindo de um objetivo claro e pré-determinado. No caso da escrita exigida pela universidade, com a qual somos obrigados a lidar quer gostemos ou não, há uma fórmula específica que pode ser seguida e oferecer um bom resultado. Além do mais, quanto mais leituras teóricas fazemos, mais acostumados ficamos ao estilo, e não há problema algum em seguir o exemplo desses textos à risca - tomando os devidos

Para ser mais criativo - parte 2

O cérebro humano não é uma máquina; ele se cansa. Mesmo as pessoas mais criativas e constantemente estimuladas têm seu limite. Por isso, saiba que pressionar uma pessoa criativa só porque ela produz com frequência pode resultar em uma entrega de um péssimo trabalho. Por esse mesmo motivo, precisamos trabalhar com prazos específicos. Eu, por exemplo, não consigo traduzir mais de 20 páginas no dia, nem revisar mais de 35. Chega um momento em que sua energia física e mental se esgota. Conheço muitas pessoas que parecem estar em constante atividade, conduzindo vários projetos ao mesmo tempo e que simplesmente não conseguem parar. Pode até ser que essas pessoas produzam muito - mas o resultado certamente tem uma qualidade baixa. Portanto, para ser uma pessoa mais criativa, não basta apenas viver de estímulos. É preciso descansar periodicamente. E é extremamente positivo, em termos de economia de energia, manter-se em uma rotina - se você pesquisar sobre os hábitos de escritores consagra

Sobre a dificuldade de se conseguir silêncio

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Tanto para estudarmos quanto para lermos ou escrevermos precisamos de silêncio. O grande problema é que estamos praticamente soterrados por barulho. Nosso cotidiano é barulhento, até mesmo nosso sono costuma ser barulhento! Eu me pergunto se teríamos medo do silêncio, como temos medo da solidão. O mês de janeiro ainda terminou e eu mal consigo contar quantas vezes fiquei irritada com todo o barulho feito aqui em casa e nos arredores - pela moça que trabalha aqui, pelos meus pais, pelos vizinhos... E tudo piora em épocas de férias - dos outros. Aliás, quem trabalha em casa deve estar acostumado com a percepção alheia de que, se você passa o dia inteiro dentro de casa na frente do computador, provavelmente é porque não está fazendo nada... Sendo que meu dia de trabalho começa às 10 da manhã e se encerra às 22 da noite. O principal motivo? Interrupções, porque acham que não estou fazendo nada. Das 12 horas diárias que passo tentando produzir (leia-se pesquisar, estudar, ler, escreve

Para ser mais criativo - parte 1

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Caderno de bolso de D. Pedro II Se você acha que o seu problema é a falta de criatividade para encontrar temas sobre os quais escrever, há certas atitudes que você pode tomar a fim de melhorar esse "bloqueio". A primeira delas é criar o hábito de escrever todos os dias - sobre qualquer coisa! Tenha um caderno para rascunhos, no qual você se sinta livre para escrever, desenhar ou colar o que bem entender. Faça listas de palavras, descreva lugares onde você já esteve... Ao carregar o caderno sempre com você, recorrendo a ele toda vez que der na telha, fica mais fácil de registrar ideias e pensamentos. E quando você se sentir vazio, sem inspiração, é lá que você deverá procurar. Não há escritor famoso que não tenha uma história sobre seu caderno de anotações para contar. Não precisa ser um Moleskine com capa de couro; um pequeno bloco pode servir muito bem. O único limite para você deve ser o tamanho das páginas. Não escreva no caderno pensando no que os outros vão pensar;

Coesão textual

Uma vez que a coesão é a manifestação linguística da coerência, muitos se confundem em relação aos dois conceitos. Em suma, a coesão diz respeito aos mecanismos e elementos linguísticos que vão conferir uma lógica de sentido entre as partes do texto. Quando usamos adequadamente esses mecanismos, de forma coesa, obtemos, então, a coerência, que diz respeito ao sentido propriamente dito do texto. Ou seja, a coesão se encontra no âmbito estrutural e a coerência, no âmbito da significação. Conectivos, por exemplo, são elementos coesivos (ou de coesão). O texto sem conectivos, feito apenas a partir de palavras soltas, não transmite sentido. O texto com conectivos inadequados corre o risco de passar uma ideia errada, diferente da pretendida pelo autor. Daí parte a sugestão de se compor um texto com frases curtas: para não se perder com os conectivos. Quanto maior a frase, mais conectivos ela requer, e mais chances de usar conectivos errados aparecem - significando maior probabilidade de a

Ótimos links sobre redação e literatura

Há diversos objetivos que envolvem a escrita. Seja para comunicar algo a alguém através de um e-mail, seja para apresentar seus serviços em redes sociais, ou mesmo para contar sobre sua vida em um blog: em certos momentos, o ato da escrita é inevitável. Por essa razão, deveríamos pensar que, ainda que ocasionalmente, todos nós somos escritores - isso pode ser até uma forma de a redação ser mais valorizada durante os anos escolares, bem como aulas de literatura e língua. Volto a afirmar que não existem técnicas infalíveis para que a pessoa se torne uma boa escritora, mas há, sim, dicas bastante eficientes. Algumas podem até parecer óbvias, mas não adianta nada achar isso e não seguir! (Afinal, se é óbvio, por que você ainda não está fazendo?!) Outra questão que pode ser levantada a partir dessa história de "dicas" ou "regras" ou "técnicas" é a de que atualmente a procura maior é por indivíduos inovadores, que sabem "pensar fora da caixa". Mas

O desespero de não se conseguir escrever bem

É curioso como grande parte dos alunos é capaz de formular uma frase concisa e inteligível oralmente, mas não consegue repetir o feito quando se trata de colocar ideias no papel. Quantas vezes não lemos comentários em redes sociais que não fazem sentido algum escritos por pessoas perfeitamente capazes de se comunicar por meio da linguagem oral? Em artigo escrito pelo doutorando Pedro Perini-Santos , o autor discute sobre a predominância cada vez mais intensa da oralidade sobre a escrita, fator que influencia diretamente no estilo dos textos contemporâneos. Esses se tornam simplificados e tendem à informalidade, em comparação ao excesso de formalismos e "firulas" das composições textuais antigas. Contudo, isso não responde à minha pergunta: apegar-se à oralidade e à informalidade resulta também em uma incapacidade de articulação na escrita? Afinal, simplicidade e falta de clareza são características um tanto quanto diferentes. Pensando na maneira como as informações são

Escrever, escrever, escrever

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Eu não sei o que me leva a escrever. Eu não sei o que leva outras pessoas a escrever. Cada um tem suas experiências, técnicas e processos. Existem livros que prometem ensinar o indivíduo a escrever, mas a verdade é que não há fórmulas precisas; há técnicas em comum, partilhadas por vários escritores, mas não há um passo-a-passo ideal. Sempre tive facilidade com as palavras, além de uma curiosidade a respeito do processo e do motivo pelo qual diversas outras pessoas não conseguirem desenvolver sua escrita - algo que, para mim, ocorre de maneira simples. Por meio deste blog, pretendo partilhar minhas experiências e leituras a respeito da ato de escrever e, quem sabe, ser capaz de ajudar a quem enxerga a redação como uma verdadeira batalha quase impossível de se vencer. Alguns dos textos aqui publicados podem ser encontrados também em inglês em minha página do HubPages (quando for esse o caso, haverá uma indicação com link para a outra versão).