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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Para ser mais criativo - parte 2

O cérebro humano não é uma máquina; ele se cansa. Mesmo as pessoas mais criativas e constantemente estimuladas têm seu limite. Por isso, saiba que pressionar uma pessoa criativa só porque ela produz com frequência pode resultar em uma entrega de um péssimo trabalho. Por esse mesmo motivo, precisamos trabalhar com prazos específicos. Eu, por exemplo, não consigo traduzir mais de 20 páginas no dia, nem revisar mais de 35. Chega um momento em que sua energia física e mental se esgota. Conheço muitas pessoas que parecem estar em constante atividade, conduzindo vários projetos ao mesmo tempo e que simplesmente não conseguem parar. Pode até ser que essas pessoas produzam muito - mas o resultado certamente tem uma qualidade baixa. Portanto, para ser uma pessoa mais criativa, não basta apenas viver de estímulos. É preciso descansar periodicamente. E é extremamente positivo, em termos de economia de energia, manter-se em uma rotina - se você pesquisar sobre os hábitos de escritores consagra

Sobre a dificuldade de se conseguir silêncio

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Tanto para estudarmos quanto para lermos ou escrevermos precisamos de silêncio. O grande problema é que estamos praticamente soterrados por barulho. Nosso cotidiano é barulhento, até mesmo nosso sono costuma ser barulhento! Eu me pergunto se teríamos medo do silêncio, como temos medo da solidão. O mês de janeiro ainda terminou e eu mal consigo contar quantas vezes fiquei irritada com todo o barulho feito aqui em casa e nos arredores - pela moça que trabalha aqui, pelos meus pais, pelos vizinhos... E tudo piora em épocas de férias - dos outros. Aliás, quem trabalha em casa deve estar acostumado com a percepção alheia de que, se você passa o dia inteiro dentro de casa na frente do computador, provavelmente é porque não está fazendo nada... Sendo que meu dia de trabalho começa às 10 da manhã e se encerra às 22 da noite. O principal motivo? Interrupções, porque acham que não estou fazendo nada. Das 12 horas diárias que passo tentando produzir (leia-se pesquisar, estudar, ler, escreve

Para ser mais criativo - parte 1

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Caderno de bolso de D. Pedro II Se você acha que o seu problema é a falta de criatividade para encontrar temas sobre os quais escrever, há certas atitudes que você pode tomar a fim de melhorar esse "bloqueio". A primeira delas é criar o hábito de escrever todos os dias - sobre qualquer coisa! Tenha um caderno para rascunhos, no qual você se sinta livre para escrever, desenhar ou colar o que bem entender. Faça listas de palavras, descreva lugares onde você já esteve... Ao carregar o caderno sempre com você, recorrendo a ele toda vez que der na telha, fica mais fácil de registrar ideias e pensamentos. E quando você se sentir vazio, sem inspiração, é lá que você deverá procurar. Não há escritor famoso que não tenha uma história sobre seu caderno de anotações para contar. Não precisa ser um Moleskine com capa de couro; um pequeno bloco pode servir muito bem. O único limite para você deve ser o tamanho das páginas. Não escreva no caderno pensando no que os outros vão pensar;

Coesão textual

Uma vez que a coesão é a manifestação linguística da coerência, muitos se confundem em relação aos dois conceitos. Em suma, a coesão diz respeito aos mecanismos e elementos linguísticos que vão conferir uma lógica de sentido entre as partes do texto. Quando usamos adequadamente esses mecanismos, de forma coesa, obtemos, então, a coerência, que diz respeito ao sentido propriamente dito do texto. Ou seja, a coesão se encontra no âmbito estrutural e a coerência, no âmbito da significação. Conectivos, por exemplo, são elementos coesivos (ou de coesão). O texto sem conectivos, feito apenas a partir de palavras soltas, não transmite sentido. O texto com conectivos inadequados corre o risco de passar uma ideia errada, diferente da pretendida pelo autor. Daí parte a sugestão de se compor um texto com frases curtas: para não se perder com os conectivos. Quanto maior a frase, mais conectivos ela requer, e mais chances de usar conectivos errados aparecem - significando maior probabilidade de a

Ótimos links sobre redação e literatura

Há diversos objetivos que envolvem a escrita. Seja para comunicar algo a alguém através de um e-mail, seja para apresentar seus serviços em redes sociais, ou mesmo para contar sobre sua vida em um blog: em certos momentos, o ato da escrita é inevitável. Por essa razão, deveríamos pensar que, ainda que ocasionalmente, todos nós somos escritores - isso pode ser até uma forma de a redação ser mais valorizada durante os anos escolares, bem como aulas de literatura e língua. Volto a afirmar que não existem técnicas infalíveis para que a pessoa se torne uma boa escritora, mas há, sim, dicas bastante eficientes. Algumas podem até parecer óbvias, mas não adianta nada achar isso e não seguir! (Afinal, se é óbvio, por que você ainda não está fazendo?!) Outra questão que pode ser levantada a partir dessa história de "dicas" ou "regras" ou "técnicas" é a de que atualmente a procura maior é por indivíduos inovadores, que sabem "pensar fora da caixa". Mas

O desespero de não se conseguir escrever bem

É curioso como grande parte dos alunos é capaz de formular uma frase concisa e inteligível oralmente, mas não consegue repetir o feito quando se trata de colocar ideias no papel. Quantas vezes não lemos comentários em redes sociais que não fazem sentido algum escritos por pessoas perfeitamente capazes de se comunicar por meio da linguagem oral? Em artigo escrito pelo doutorando Pedro Perini-Santos , o autor discute sobre a predominância cada vez mais intensa da oralidade sobre a escrita, fator que influencia diretamente no estilo dos textos contemporâneos. Esses se tornam simplificados e tendem à informalidade, em comparação ao excesso de formalismos e "firulas" das composições textuais antigas. Contudo, isso não responde à minha pergunta: apegar-se à oralidade e à informalidade resulta também em uma incapacidade de articulação na escrita? Afinal, simplicidade e falta de clareza são características um tanto quanto diferentes. Pensando na maneira como as informações são

Escrever, escrever, escrever

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Eu não sei o que me leva a escrever. Eu não sei o que leva outras pessoas a escrever. Cada um tem suas experiências, técnicas e processos. Existem livros que prometem ensinar o indivíduo a escrever, mas a verdade é que não há fórmulas precisas; há técnicas em comum, partilhadas por vários escritores, mas não há um passo-a-passo ideal. Sempre tive facilidade com as palavras, além de uma curiosidade a respeito do processo e do motivo pelo qual diversas outras pessoas não conseguirem desenvolver sua escrita - algo que, para mim, ocorre de maneira simples. Por meio deste blog, pretendo partilhar minhas experiências e leituras a respeito da ato de escrever e, quem sabe, ser capaz de ajudar a quem enxerga a redação como uma verdadeira batalha quase impossível de se vencer. Alguns dos textos aqui publicados podem ser encontrados também em inglês em minha página do HubPages (quando for esse o caso, haverá uma indicação com link para a outra versão).