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Mostrando postagens de setembro, 2019

Reflexões sobre a necropolítica brasileira

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No ensaio Necropolítica (2018) , o camaronês Achille Mbembe aponta como o funcionamento político ainda se prende ao controle dos corpos e, diferentemente daquilo que se associa ao regime democrático, enfrentamos governos que expressam sua soberania por meio de sua "capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer" (p. 5). Não é preciso muito para observar isso nos discursos de figuras como os Bolsonaros (pai e filhos) e do atual governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por exemplo. A eleição desses indivíduos ocorreu, em grande medida, por conta de declarações sobre como determinados grupos deveriam ser, literalmente, exterminados, para além da ideia de que, em uma guerra ou situação de conflito, a morte de inocentes é um mal necessário para se reprimir, violentamente, a violência. A sanção, apoiada por um número considerável de pessoas, ao assassinato de "bandidos" vem, dessa forma, atrelada à morte de indivíduos inocentes – inclusive crianças – c